Logística urbana: desafios e oportunidades para o varejo digital

Diante do acelerado crescimento demográfico — tanto nos grandes centros urbanos quanto nas cidades do interior —, muitas marcas apostaram em uma estratégia diferente para garantir a aproximação com seus clientes. Como resultado, o número de pontos de venda aumentou de forma significativa e, de olho em otimizar a logística urbana, muitas dessas lojas foram transformadas em pequenos centros de distribuição, descentralizando o estoque, reduzindo os prazos de entrega e barateando o Last Mile.

Só que tudo isso acontece ao mesmo tempo em que a logística, em nível global, também está mudando sob a pressão dos consumidores, que estão cada vez mais adeptos das entregas a domicílio e das compras online de bens de consumo diário. Para se ter uma ideia, de acordo com a Federation of E-Commerce and Distance Selling (FEVAD), atualmente, mais de 40 milhões de usuários fazem as suas compras online e 500 milhões de encomendas são entregues todos os anos graças ao e-commerce.

Em outras palavras, desenha-se um cenário em que, por conta da omnicanalidade na logística, os produtos estão cada vez mais próximos do consumidor final e, ao mesmo tempo, o trânsito representa um desafio cada vez mais sério para os modais de transporte tradicionais. É nesse ecossistema que as soluções para logística urbana de última geração entram em cena, trazendo uma resposta inteligente, prática e sustentável para as cadeias de suprimentos.

E o que muda com a logística urbana?

Em tempos de omnicanalidade, é preciso entender que a forma de se fazer logística exige uma abordagem diferenciada por parte do varejo. E a melhor forma de visualizar essa necessidade é tirando como base o modelo de transporte tradicional: encher um caminhão de produtos e colocar o motorista para rodar a cidade, cobrindo o maior número de entregas o possível no mesmo dia.

É uma abordagem que, por muito tempo, funcionou e trouxe resultados para a operação, sim. Mas também é uma abordagem que não funciona mais. Primeiramente, devemos considerar os novos hábitos de consumo, em que consumidores têm mais acesso a crédito e, consequentemente, realizam um volume maior de compras menores, com itens de uso diário.

E na carona desse novo perfil, entra em campo também a demanda por entregas mais rápidas, mais baratas e mais fracionadas. Isso significa que a loja não pode mais se dar ao luxo de "esperar o caminhão encher" para liberar o entregador. Contudo, colocar um caminhão em trânsito sempre que um pedido precisar ser entregue no mesmo dia tampouco parece uma estratégia prática ou barata, certo?

É quando o conceito de logística urbana ganha força, propondo modais alternativos, mais sustentáveis e mais ágeis, pensados justamente para dar conta de um grande volume de entregas fracionadas todos os dias e focados em oferecer uma boa experiência na jornada de entrega do consumidor, expandindo significativamente as rotas e reduzindo os tempos de viagem.

Motos, bicicletas, carros compartilhados e veículos de entrega leves passam a fazer parte de uma nova estrutura de logística, colocando em cena novos players e iniciativas que se concentram no deslocamento das entregas por diferentes meios de transporte , dando mais dinamismo para o Last Mile e reduzindo esse custo final para o varejo, para o comprador e para o transportador.

Isso porque a questão operacional é de extrema importância. Simplesmente, colocar carros nas ruas não garante que todas as entregas serão realizadas a tempo. Para tanto, a logística urbana tem como uma de suas demandas o planejamento de rotas, horários, cumprimentos de prazos, efetividade nas entregas entre outras questões.

Afinal, quais são as soluções mais indicadas para a logística urbana?

Para contornar os desafios da logística urbana, algumas empresas têm estudado e recorrido há algumas possibilidades para facilitar a logística urbana. Em alguns países europeus, essas soluções têm demonstrado resultados positivos, fazendo com que muitas marcas que investem em inovação se destaquem da concorrência e garantam mais sustentabilidade econômica para o negócio. Aqui, selecionados alguns exemplos:

• Transportes alternativos

Como explicamos antes, um dos principais conceitos associados aos modelos sustentáveis de logística urbana é a desconstrução da ideia de robustez na logística. Em outras palavras, os caminhões de 40 toneladas saem de cena e dão espaço para bicicletas, cargo bikes e motocicletas, capazes de atender planejamentos logísticos com competência, vencendo fatores como o tráfego e o tempo curto.

• Logística colaborativa

Outra solução inteligente são as plataformas de logística colaborativa, que têm crescido em diversas áreas. No Brasil, já existem empresas que adotaram estratégias que  geram inovação nesse campo, conectando pessoas comuns a quem precisa de um produto entregue. Assim, com rotas similares, existe a possibilidade de realizar o delivery a pé, de bike ou até mesmo de transporte público por um custo baixo e com agilidade.

• Pontos de entrega para o e-commerce

Também conhecidos como “Pick up points“, “Click & Collect” ou simplesmente pontos de entrega, essa solução é baseada em uma ideia relativamente simples: empresas de e-commerce entregam as mercadorias em pontos de retirada, ao invés de levá-las diretamente ao endereço do consumidor. Assim, por um custo menor e com uma proposta flexível, menos carros estarão na rua e por tempo reduzido.

• Dark Stores

Uma alternativa aos centros de distribuição convencionais, a Dark Store é, em linhas gerais, uma forma de aproximar os clientes do seu estoque. Na prática, esse modelo prevê a criação de um espaço exclusivo para armazenamento, separação e envio dos produtos que você comercializa. Só que, diferentemente dos centros de distribuição tradicionais com grandes espaços e localizados em zonas remotas, a Dark Store oferece um tamanho mais compacto e fica estrategicamente situada em grandes centros urbanos.

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Já deu para perceber que, quando falamos em logística urbana, o convencional e o básico podem até funcionar, mas já não suprem mais a demanda do novo consumidor e tampouco são compatíveis com a nova forma de se fazer logística que se consolida no mundo inteiro.

Seus clientes querem diferenciais reais e poderosos em suas experiências de compra e, nesse contexto, investir em uma boa orquestração logística com base em um software TMS é uma alternativa inteligente para sair na frente e garantir aquele impulso nessa nova era.

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